segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Carências nutricionais na Síndrome de Turner

Carências nutricionais na síndrome de Turner



Deficiência de zinco e selênio é detectada em pessoas com o problema
 
Um estudo pioneiro revelou que portadoras da síndrome de Turner, anomalia genética que atinge apenas mulheres, causada pela ausência total ou parcial de um dos seus cromossomos sexuais (X), apresentam deficiência de zinco e selênio.


A pesquisa, realizada por uma equipe do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Universidade de São Paulo (USP), analisou a presença desses minerais no organismo de 35 pacientes. Os baixos níveis desses nutrientes no corpo podem aumentar o risco de aparecimento de doenças crônicas associadas à síndrome, como diabetes e osteoporose.

A síndrome de Turner produz uma série de alterações no organismo. As portadoras da doença têm baixa estatura, ausência de hormônios sexuais e o risco aumentado para o surgimento de doenças crônicas. O estudo analisou as concentrações de zinco e selênio na urina, no plasma e nos glóbulos vermelhos do sangue (eritrócitos) e a concentração de selênio nas unhas de pacientes de diferentes faixas etárias. Ainda que as crianças e as adultas apresentassem deficiências significativas dos dois minerais, o maior déficit foi percebido nas adolescentes.


Os resultados mostraram deficiência de zinco em 22,2% das crianças, 68,4% das adolescentes e 14,3% das adultas quando avaliada a concentração desse mineral no plasma. Nos eritrócitos foi verificada a deficiência de zinco em 66,7% das crianças, 57,9% das adolescentes e 28,6% das adultas. Já na avaliação da urina, a carência do mineral foi encontrada em 55% das pacientes. Os resultados também apontaram uma carência de selênio em todas as idades estudadas.
“Esses minerais são essenciais em funções importantes do nosso organismo, como a diferenciação celular, participam do sistema de defesa e do metabolismo”, explica a nutricionista Liliane Viana Pires, autora do estudo. “Na adolescência, há uma demanda maior desses nutrientes por conta do crescimento, o que pode explicar a maior deficiência entre os pacientes dessa faixa etária.”
Doenças crônicas

De acordo com a pesquisadora, a deficiência dos minerais aumenta o risco de aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, comuns em pessoas com síndrome de Turner, como diabetes, alterações cardiovasculares e da tireóide, entre outras. A carência desses elementos também pode diminuir a ação dos hormônios, como o GH (o hormônio do crescimento humano) e o estrogênio, comumente utilizados para reverter problemas como a baixa estatura e a ausência de caracteres sexuais femininos, respectivamente.
“Os resultados mostram a importância do acompanhamento nutricional dessas pacientes a fim de minimizar os riscos de aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis”, diz a nutricionista. As principais fontes de zinco são as carnes vermelhas, os frutos do mar, os tubérculos e, em menor quantidade, frutas e hortaliças. Quanto ao selênio, o alimento mais rico no mineral é a castanha-do-pará.
A pesquisadora realça a importância do estudo para um melhor entendimento das alterações metabólicas presentes na síndrome. “O conhecimento do estado nutricional dessas pacientes, no que diz respeito aos minerais, pode auxiliá-las a recuperar a saúde ou retardar o aparecimento de doenças”, finaliza.
Igor Waltz

Ciência Hoje/RJ
 
fonte: http://mais.uol.com.br/view/0yzcaln58xxp/carencias-nutricionais-na-sindrome-de-turner--04023464DC814326?types=A

Nenhum comentário:

Postar um comentário